03 julho 2010

Observações clínicas sobre contenções fixas

Ricardo Nader

Há uns dias atrás a colega Francelina questionou sobre o uso de contenções fixas. Este é um tema que chama a minha atenção há algum tempo. Como mencionei anteriormente, sugiro aos colegas que sempre que ler um artigo, seja ele sobre o que for, observe também outros detalhes que muitas vezes nem são mencionados pelo autor.

Por exemplo, eu sempre fico atento às fotos das finalizações, como o autor deixou o alinhamento e principalmente o nivelamento dos dentes. Observe este exemplo:
Neste artigo o autor falou de mecânica de deslize, etc. Bom trabalho. Agora vejam como na finalização o canino está um pouco mais baixo que o ideal.

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A idéia aqui não é apontar defeitos, ou ser rígido demais. Isto acontece comigo também. Só vejo depois que removo o aparelho. O problema disso é quando o paciente quem percebe. Você remove o aparelho, ele chega em casa satisfeito, vai olhar no espelho e percebe. Eu sempre fotografo os meus casos para poder observar melhor e no final do tratamento, antes de remover o aparelho, peço ao paciente para dar uma olhada em casa para ver se algum dente chama atenção.

O mesmo acontece com as contenções fixas. Cada vez mais observo como os autores colam fios. Veja este artigo, o autor descreve uma técnica de retração de caninos pela técnica bioprogressiva de Ricketts. Ótimo trabalho. Vejam que nesta imagem ele demonstra uma alça em delta que é boa para manter o paralelismo das raízes e assim evitar abertura de espaços:
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Foi tudo muito bem, o caso ficou perfeito. Aí vejamos as fotografias finais:
Contenções 3X3 coladas por vestibular, de canino até molares:

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Contenção 3X3 por lingual de canino a canino inferior:

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No arco superior uma contenção fixa para o lateral que antes do tratamento estava por palatino:

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Como diria um amigo meu aqui da Bahia: “ O cara colou tudo!”  E se fosse meu paciente eu teria colado os prés superiores nos caninos também!


Na fotografia abaixo o paciente depois de cinco anos do final do tratamento. As contenções fixas que estavam coladas por vestibular foram removidas. Observem que houve uma pequena abertura de espaço entre os dentes 43-45 ( que foram fechados com a alça em delta).

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Uma medida que procuro fazer nos meus casos é observar durante o tratamento as tendências de recidiva de cada paciente. Depois que fechar os espaços de uma arcada, deixe conjugado por pelo menos 3 meses. Depois disso deixe só com borrachinhas por um mês e veja se algo abriu. Observe a velocidade de fechamento, se está boa ou se está demorada demais. Se um caso demorar demais para fechar pode ter certeza que ele vai abrir facilmente.

Outra medida que sempre falo com o meus pacientes é alertar que depois do tratamento ocorrem pequenas movimentações dentárias, abertura de espaços, etc. Deixo sempre claro a possibilidade de recidiva. Quem tem mais experiência vai concordar comigo, alguns casos recidivam mesmo. Seja ele tratado por qualquer técnica, braquete ou profissional.


Eu fiz esta postagem hoje pela manhã no consultório ( 03/07/2010). Agora à tarde estava vendo a edição de julho/2010 da AJODO. Num artigo em que o Ravindra Nanda é um dos autores, falando sobre controle vertical durante retração em massa com minimplantes, observem as contenções:


Contenções 4x4 nas duas arcadas.













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Um comentário:

eugenio disse...

Olá Ricardo. Qual o fio que foi usado na contenção vestibular? Onde posso encontrá-lo? Obrigado