31 agosto 2009

Artigo Traduzido - Damon System Mechanics for the Ultimate in Efficiency and Excellence

Jeff Kozlowski, DDS
East Lyme, CT


Atualmente um dos temas mais discutidos e abordados na Ortodontia são os aparelhos autoligados. Um dos sistemas mais conhecidos é o Sistema Damon, da ORMCO.
Na página da ORMCO há vários artigos sobre o sistema Damon. Nestes artigos há uma série de informações úteis para o entendimento da mecânica com aparelhos autoligados e podem inclusive ser estendidas às mecânicas convencionais. Entre estes artigos há um tópico chamado "Impressões clínicas" onde há sugestões de profissionais para melhorar os protocolos de tratamento com aparelhos autoligados.
Vou iniciar aqui uma série de postagens com a tradução destes artigos. O primeiro resume algumas discussões a respeito do sistema Damon e inclui o que o autor acredita serem as três práticas essenciais para se obter o máximo em eficiência e excelência com este sistema:

- usar torque variável;
- desarticular a oclusão com tubos de mordida;
- e usar elásticos com força leve no início do tratamento.


ESSENCIAL 1 - Comece com o final tratamento em mente. Selecione o torque de acordo com os objetivos do tratamento.

Simular uma prescrição específica para cada paciente usando torques variáveis é uma das principais rotinas para se obter as posições finais desejadas de dente e raízes. O sistema Damon oferece vários torques para dentes superiores e inferiores. Encontrar torques ideais para o seu setup permite que as raízes comecem a verticalizar como expressão do torque durante a fase de nivelamento com arco retangular leve. Torque diferencial pode encurtar o tempo de tratamento e aumenta a estabilidade à medida que as coroas fiquem mais tempo verticalizadas sobre as raízes.
Desta maneira nós iremos perder menos tempo na fase de finalização com torques seletivos nos arcos. Por exemplo, o clínico pode selecionar braquetes dos dentes anteriores maxilares com alto torque para casos de cl II divisão 2 ou em cl II divisão 1. Braquetes maxilares anteriores com alto torque e mandibulares com baixo torque para contrapor as forças de elásticos de cl II.

Evite a perda de torque causada pela folga entre o arco e a canaleta ou por efeito da mecânica: Adicione torque ao arco.

A diferença de espessura entre o arco e a canaleta do braquete faz com que parte do torque que está designado ao braquete não se expresse. Isso faz com que ocorram efeitos deletérios no torque, na inclinação axial do dente e finalmente na habilidade do clínico em finalizar os seus casos. Por exemplo, há uma folga de aproximadamente +/- 10,5 graus entre o arco 0.019x0.0125 de aço e o slot 0.022. Temos que considerar a folga entre o arco e o slot valores ideais do torque da raíz e do dente.

Outras mecânicas (por exemplo, elásticos de cl II) também contribuem para perda de torque nos dentes maxilares anteriores. É aconselhável adicionar torque na região dos incisivos superiores (entre 10 até 20 graus de raíz para palatino no arco de aço 0.019x0.025) para contrapor os efeitos negativos destas mecânicas.

Use arcos pré torqueados para ajudar na expressão dos torques. A seleção apropriada de braquetes com torques diferentes vai permitir arcos retangulares de nivelamento prover torque já nas fases iniciais do tratamento. Há situações, no entanto que o arco Coper Niti 0.018x0.025 não irá prover torque palatino de raíz suficiente, mesmo com os braquetes ideais. Nestes casos é aconselhável usar um arco Niti pré-torqueado 0.019 x 0.025. Este arco pode ser usado substituindo o 0.018 x 0.025 Copper Niti se o arco estiver suficientemente nivelado ou como um adicional arco de nivelamento para assegurar um torque palatal de raíz antes de prosseguir para o arco 0.019 x 0.025.


ESSENCIAL 2 - desbloqueie a maloclusão: desarticule os arcos com bite - turbos.

Normalmente os bite-turbos são utilizados nas faces palatinas dos dentes anteriores superiores em casos com sobremordida profunda para que os dois arcos sejam colados ao mesmo tempo. Os bite-turbos beneficiam o tratamento várias formas:

1. Protegem o esmalte dos desgastes provocados pelos braquetes e descolamentos.
2. Aumentam o efeito dos fios leves no desenvolvimento dos arcos.
3. Aumentam o efeito dos elásticos leves usados prematuramente nas correções antero/posteriores, verticais e transversais.
4. Pode ter um impacto nas correções de ângulos mandibulares excessivamente altos ou baixos ( pacientes braqui ou dólicofaciais).

Bite-turbos podem ser úteis em pacientes cl III. Para tais casos são colados na face lingual dos incisivos inferiores de tal forma que eles tem uma inclinação designada a permitir que os incisivos superiores deslizem para uma relação de cl I. Recomenda-se o uso de um adesivo que tenha cor. Isto por que se houver um descolamento do bite-turbo o adesivo ficará a mostra, tornando fácil a sua remoção.








A colocação de bite turbos nos dentes anteriores permitem o
alinhamento dos dentes anteriores e o desenvolvimento do
tratamento.



A seleção da localização dos bite-turbos é feita de modo que reforce a direção dos objetivos do tratamento. Os bite-turbos posteriores são indicados para casos com angulo mandibular alto e os anteriores para angulos baixos. Por exemplo, em casos de angulo alto o uso de bite-turbos posteriores pode causar intrusão dos dentes posteriores que ajudar a diminuir o angulo alto. Em casos de angulos baixos bite-turbos anteriores em conjunto com elásticos leves nos dentes posteriores já no inicio do tratamento vai extruir os dentes posteriores corrigindo a mordida profunda.

De acordo com o Dr. Stuart Frost, a correção de mordidas cruzadas em dentes posteriores com bite-turbos nos dentes anteriores é dificil. O autor sugere o uso de resina flow nas cúspides vestibulares dos primeiros molares inferiores de maneira a fazer um plano reto que estimula a correção da mordida cruzada em conjunção ao uso de elásticos pela liberdade de movimentos interarcos.


ESSENCIAL 3 - Seja criativo: Use elásticos leves para correção precoce das relações interarcos

Em combinação com os bite-turbos, usar elásticos precocemente no tratamento para começar a corrigir problemas antero posteriores, verticais e transversais é ainda outra ferramenta importante que melhora a qualidade e reforça a eficiência do tratamento com o Damon.


Elásticos de cl III colocados no dia da colagem dos
braquetes para aumentar a eficiência do tratamento.



De acordo com Dr. Tom Pitts não é necessário esperar a finalização da fase de nivelamento para a correção da mordida. Para determinar a direção da colocação dos elásticos leves assim que a oclusão for desbloqueada com os bite-turbos é preciso ter em mente os objetivos do tratamento.



Se a correção da cl II for a preocupação primária, elásticos de cl II curtos irão ajudar numa movimentação dental precoce. Se uma mordida profunda relacionada a angulo mandibular baixo for a maior preocupação, elásticos posteriores verticais vão ajudar a extruir os dentes posteriores e restabelecer a oclusão posterior mais rapidamente.






Esta sequência demonstra a visível melhora conseguida com a
colocação de bite turbos ligualmente nos incisivos inferiores
juntamente com elásticos para mordida cruzada colocados
precocemente o que desobstruiu a oclusão e permitiu que
eles fossem para uma posição de cl I.



Se houver uma combinação de preocupações sobre a maloclusão, considere combinar os vetores verticais e horizontais, como por exemplo colocando elástico cl II em forma de triângulo. Em resumo, pode-se colocar elásticos em virtualmente qualquer posição para reforçar a correção desejada. Pode-se considerar por exemplo elásticos posteriores em box, triângulo, elásticos para mordida cruzada, elásticos de cl II e cl III curtos, elásticos para intercuspidação posterior com efeito de cl II ( em L).



Elásticos de cl II curtos

Tradicionalmente, elásticos de cl II são colocados desde o molar inferior até o canino superior. A maior preocupação em colocar os elásticos nesta configuração precocemente no tratamento está no fato de que a força horizontal seja tão grande que possa causar extrusão dos dentes anteriores superiores ou afetar a forma do arco se forem colocados na curvatura anterior do arco. Quando se usa elásticos leves precocemente, é importante reduzir a sua força horizontal para minimizar efeitos que vão contra a habilidade do fio para nivelar o arco. Então diferentes configurações são necessárias.

O termo elásticos de cl II curtos é usado para diferenciar a sua colocação do elásticos tradicionais por que eles têm esta força horizontal reduzida. Ao invés de usar o molar inferior usa-se o segundo pré por exemplo.



O texto original pode ser encontrado aqui

Um comentário:

Anônimo disse...

Está tudo, examinei a tua pagina e simpatizei imenso,estou ver que tás a escrever bem!
Vai em frente com o bom tema!
abraço