14 setembro 2009

Alterações em radiografias panorâmicas - calcificações na artéria carótida

Danielle Frota de Albuquerque, Alynne Vieira de Menezes, Marlio Ximenes Carlos,Lucio Mitsuo Kurita, Ana Lúcia Álvares Capelozza





As calcificações na artéria carótida podem ser observadas em radiografias panorâmicas. Esses achados constituem-se em recurso adicional na prevenção de eventos cardiovasculares e vasculocerebrais. O conhecimento dos fatores de risco dessa doença e sua relação com imagens sugestivas de ateromas calcificados na artéria carótida torna ainda mais importante o papel do cirurgião-dentista como profissional de saúde.

Estudos sugerem uma prevalência de calcificações na artéria carótida que variam de 2% a 5%. Esses valores são maiores quando em mulheres na menopausa, em indivíduos com apnéia obstrutiva do sono, em pacientes que se submeteram a tratamento com radioterapia, pacientes com doenças renais, em indivíduos com idade avançada e com diabetes tipo 2, estes últimos podendo chegar a uma prevalência de 20%.


Imagem sugestiva de ateroma calcificado, mostrando a relação com o osso hióide.

A entidade patológica primária na doença vasculocerebral é constituída por ateromas, que são depósitos de gordura, principalmente de colesterol, na camada íntima da artéria. Essas placas iniciam sua formação por injúrias no endotélio decorrentes dos fatores de risco aos quais o indivíduo está exposto. Em seguida, ocorre uma resposta inflamatória resultante da proliferação de fibroblastos, causando aumento da espessura da camada íntima. Inicia-se a deposição de sais de cálcio, produzindo diferentes graus de calcificação distrófica, que recebem o nome de ateromas. Esse ciclo de deteriorização e reparo leva à formação de hemorragias que expõem as fibras colágenas do tecido, formando trombos. O trombo pode embolizar-se e obliterar artérias intracranianas, o que provoca um acidente vascular cerebral (AVC) ou aumenta de tamanho até causar isquemia cerebral pela redução da irrigação sanguínea.

As placas de ateroma calcificada podem ser vistas nas radiografias panorâmicas como uma ou mais imagens radiopacas nodulares adjacentes, não contínuas, na altura da junção intervertebral C3 e C4, diferenciando-se das estruturas radiopacas dessa região, localizada na região posterior e inferior ao ângulo da mandíbula, em um ângulo de aproximadamente 45º.

Entretanto, a radiografia panorâmica limita-se apenas à identificação do ateroma, não permitindo avaliação de sua exata localização e o seu grau de obliteração da luz arterial. Exames mais específicos devem ser utilizados, entre eles: a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e termografia.

O diagnóstico diferencial deve ser feito em relação às estruturas anatômicas da região do pescoço e de lesões calcificadas tais como: cartilagens tritíceas, osso hióide, epiglote, processo estilóide, ligamento estilomandibular, ligamento estilo-hióide, nódulos linfáticos calcificados, sialolitos, flebólitos, tonsilolitos.

Informações retiradas daqui

2 comentários:

Kellen disse...

Ricardo,
Parabéns pelo post. Muito interessante. Nunca peguei nenhum caso deste.
Bjssss

Ricardo Nader disse...

Oi Kellen, esse eu vi num artigo. Também nunca tive ( Pelo menos que eu tenha visto!)