Ricardo Nader
Júlio Araújo Gurgel
Fausto Silva Bramante
Alan Poy Rivera
Este foi um dos painéis premiados na OrtoSpo 2010 e demonstra a utilização de um microparafuso como auxiliar na distalização dos molares superiores.
Este caso clínico descreve o tratamento de uma paciente, aos 17 anos, com má-oclusão de Classe II, 1a divisão dentária e ausência de selamento labial. Como a face da paciente apresentava-se harmônica e agradável, optou-se pela correção por meio da distalização dos molares superiores, com o objetivo de corrigir a relação ântero-posterior, propiciando um selamento labial adequado.
Para a distalização dos molares, planejou-se a instalação de um mini-implante na região mediana do palato e de uma barra transpalatina modificada nos molares. Indicou-se as extrações dos terceiros molares superiores. Para a aplicação da força distalizadora, utilizaram-se elásticos em cadeia, que foram mensalmente substituídos. Um aparelho fixo pré-ajustado foi instalado nos arcos superior e inferior e o tratamento foi conduzido de acordo com as seguintes fases: alinhamento e nivelamento superior, elásticos intermaxilares utilizados com cursores, finalização e contenção. O tempo total de tratamento foi de 19 meses.
Ao final da mecanoterapia observou-se a correção das relações oclusais e a harmonia facial. A utilização de um mini-implante na região mediana do palato associado à barra transpalatina modificada nos molares possibilitou que a linha de ação de força passasse acima do centro de resistência dos molares, com consequente distalização das suas raízes. O uso dos elásticos de Classe II com cursores auxiliou na distalização das coroas destes dentes, possibilitando a correção da má-oclusão sem alterações significantes no padrão de crescimento da paciente. Entre as vantagens da utilização desta mecanoterapia estão a facilidade de instalação dos dispositivos para a distalização, o conforto no uso e a simplicidade de higienização.
Comentários por Dr. Ricardo Nader
Este foi um belo caso, com uma mecânica bastante interessante. Vou explicar por que eu não faria no meu consultório.
A primeira razão é que além do microparafuso, usou-se elásticos de cl II associados a cursores para distalizar os molares e isto requer cooperação do paciente. Ora, uma das razões e vantagens dos microparafusos é justamente não depender de cooperação. Ainda sobre os elásticos de cl II, se foi necessário usá-los é por que provavelmente a mecânica do microparafuso com a barra palatina por si só não foi capaz de solucionar o problema.
Outra observação que fiz foi que a barra estava soldada aos anéis, provavelmente teve uma fase laboratorial ( moldagem, confecção de modelos e confecção do aparelho) o que tornou o tratamento mais trabalhoso.
Este caso meus amigos, foi muito interessante. De forma alguma estou criticando com objetivo de diminuir o brilho do trabalhos dos autores. O objetivo é aprender sempre. Mostrar outros pontos de vista. Há outras formas de se utilizar os microparafusos para distalização sem cooperação do paciente e sem fases laboratoriais.
Referências
1. Oberti G, Villegas C, Ealo M, Palacio JC, Baccetti T. Maxillary molar distalization with the dual-force distalizer supported by mini-implants:A clinical study. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2009;135:282-5.
2. Papadopoulos MA. Orthodontic treatment of Class II malocclusionwith miniscrew implants. Am J Orthod Dentofacial OrthopTrabalho vencedor do prêmio Painéis de Ortodontia Clínica – 3o lugar
2008;134:604-16.
3. Marassi C, Leal A, Herdy JL, Chianelli O, Sobreira D. O uso de mini-implantes como método auxiliar do tratamento ortodôntico. Ortodontia 2005;38:256-65.
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