Alberto Consolaro
A constante remodelação óssea apresenta velocidades de renovação diferentes para cada região do esqueleto. O turnover ósseo na maxila e na mandíbula está entre os mais lentos.
Em função destas características, um medicamento para influenciar no turnover dos maxilares deve ser ingerido em altas doses e por longos períodos. Este medicamento influenciará mais rapidamente o turnover de outras áreas esqueléticas e tardiamente, nos maxilares.
Analgésicos e antiinflamatórios, apesar de atuarem sobre certos mediadores locais do turnover ósseo, são administrados em doses pequenas e em períodos curtos.
O desconforto do paciente após ativação dos aparelhos ortodônticos muitas vezes requer o uso de analgésicos, pois o principal sintoma é a dor ou a sensibilidade exarcebada ao menor toque.
Os analgésicos reduzem a formação das prostaglandinas, controlando-se a dor e o desconforto do paciente. Não bloqueiam e nem impedem a formação das prostaglandinas, apenas diminuem sua formação exacerbada.
O nível muito elevado de prostaglandina na área de compressão do ligamento periodontal eventualmente ocorre após a ativação em alguns pacientes por algumas horas ou até 1 a 3 dias. Quando há muito desconforto, o uso de analgésicos promove alívio por horas e, muitas vezes, são administrados uma única vez. O paciente deve ingerir o analgésico apenas quando sentir desconforto.
Os analgésicos em doses sequenciais e repetitivas por longos períodos, ou semanas, atuam como antiinflamatórios.
Em ratos, se administrarmos os analgésicos em doses elevadas e por longo período durante a movimentação dentária induzida podem ser observadas, em nível micrométrico e microscópico, algumas alterações na velocidade.O rato, vive em média 1,5 ano e submetem-no a medicação por 2 a 3 meses, o equivalente a 1/6 da sua vida média. Desta forma se observarão microscopicamente os efeitos dos medicamentos nos tecidos, mas a extrapolação para a clínica requer uma boa dose de responsabilidade.
Os corticosteróides podem levar à osteoporose quando administrados por longos períodos e doses elevadas, mas nos maxilares isto só acontecerá em fase muito avançada, muito antes disto porém, a doença será detectada e o tratamento com a droga redimensionado.
Em outro exemplo, se deixarmos animais sem vitamina C por longos períodos, é claro que a formação do colágeno ósseo estará comprometida, esta vitamina é essencial. Nos dias de hoje, nem nos países mais pobres do mundo, há carência de vitamina C ou escorbuto.
No alívio do desconforto dos pacientes após as ativações dos aparelhos as doses dos analgésicos são aleatórias e não são elevadas, por isto não interferem na velocidade e efetividade da movimentação ortodôntica e nem nos índices de reabsorções dentárias.
Por fim uma pergunta: você teve, ouviu dizer ou leu sobre algum caso clínico com problemas durante o tratamento ortodôntico porque o paciente ingeria algum tipo de medicamento?
As informações acima foram retiradas dos seguintes artigos:
Artigo 1
Artigo 2
3 comentários:
Muito bom este post.
O Dr. Alberto Consolaro foi meu professor de Patologia durante minha especialização em Radiologia no HRAC-USP. Ele nos passou uma fórmula muito boa para o tratamento de aftas.
Usar analgésicos ou não, sempre foi uma dúvida. Qdo usei aparelho ortodôntico consegui suportar bem o desconforto sem precisar fazer uso de analgésicos.
Bjssssssssss
Oi Kellen, eu já fui em algumas palestras dele em Diamantina( ele era professor convidado) e na PUC em BH, muito bom professor ele. Em relação a esta fórmula vamos fazer um post aqui.
Vou te mandar a fórmula. Vou pegar nos meus arquivos e te mando por e-mail. É um gel, muito bom!
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