Recebi estas dicas sobre fechamentos de espaços de extrações feitas pelo Dr. Marcos Janson.
Extrações dentárias são realizadas rotineiramente no consultório ortodôntico e o fechamento dos espaços são realizados sem maiores dificuldades tanto dificuldades, nas técnicas que utilizam fios contínuos como nos arcos segmentados. No entanto, sempre aparecem aqueles casos (principalmente em pacientes adultos) onde o espaço apresenta resistência ao fechamento, gerando desconfiança do paciente e apreensão por parte dos ortodontistas. Se você se identificou com esse problema, saiba que ele acontece com todos nós e, na dica de hoje, vou descrever o que faço para agilizar a movimentação nessas situações, levando‐se em consideração que trabalho com o arco contínuo.
Para fazer um diagnóstico sobre o que pode estar causando a lentidão, siga esses passos:
1 – Observe se, ao realizar a troca do fio redondo para o retangular, há muito atrito na região posterior. Se isso acontecer, podem ser tomadas duas providências: deixe o fio sem ativar a retração por uns 60 dias ou coloque um de menor calibre e avance para o desejado no mês seguinte. Ativar a retração com muito atrito pode causar a rotação dos dentes posteriores e causar mais atrito ainda!
2 – Verifique se, ao iniciar a retração, os dentes posteriores encontram‐se verticalizados. Se os molares estiverem inclinados para mesial, ocorrerá uma acentuação da inclinação no início da retração, promovendo o atrito do tubo com o fio. Se isso for observado, a retração deve ser interrompida e os procedimentos para verticalização devem ser iniciados.
Foto 1) Início da retração anterior;Foto 2) inclinação do molar por perda de ancoragem, causando dificuldade no fechamento dos espaços.
3 – Faça um rx da área de extração. Pode haver uma colagem errada causando a convergência das raízes e conseqüentemente “travando” o movimento. (Fotos 3, 4 e 5)
Foto 3) Espaço de extração resistente ao fechamento. Note que o erro de colagem não está tão evidente; Foto4) na tomada radiográfica notou‐se grande convergência das raízes e toque apical; Foto 5) após a recolagem dos braquetes e renivelamento, o fechamento processou‐se sem intercorrências.
4 – Verifique a possibilidade de haver um dente anquilosado. Esse exame é fundamental, principalmente em casos onde há relatos de trauma na anamnese (mesmo sem haver fraturas). Pacientes que praticam esportes de contato como lutas marciais, futebol, basquete e etc... são candidatos apresentarem o problema. Um teste rápido e de boa acuidade é realizar a percussão vertical nos dentes com o cabo do espelho. O dente anquilosado tem um som “vítreo”, bem diferente daquele com o periodonto normal. Se esse for o caso, há pouco a fazer do ponto de vista ortodôntico, a não ser o fechamento reverso do espaço, ou seja, de trás para frente.
Um comentário:
Muito boa as dicas!!!!
Deveriamos ter mais blogs na área.
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